sexta-feira, setembro 30, 2005

"Arquitectura de Terra em portugal"



A propósito do IV SIACOT (Seminário Ibero-Americano de Construção com Terra), vai ser lançado o livro "Arquitectura de Terra em Portugal", uma ilustração e reflexão sobre a arquitectura de terra que se faz no país. Algo que se assinala com agrado, até pela necessidade de encontrar novas "vias" alternativas à construção massificada e "predadora", que se mostra inviável e sem futuro. Neste caso (como tantas vezes sucede) o ensino provém da tradição.

IV Seminário Ibero-Americano de Construção com Terra...

Irá decorrer de 7 a 12 de Outubro o IV SIACOT (Seminário Ibero-Americano de Construção com Terra) e III Seminário de Arquitectura de Terra em Portugal. O evento terá lugar no Convento da Orada, em Monsaraz e é organizado pela Escola Superior Gallaecia, Fundação Convento da Orada, Projecto Ibero Americano Proterra, CdT- Associação Centro da Terra e o instituto norte-americano GCI - Getty Conservation Institut. O programa pode ser visto aqui.
Mais informações podem ser solicitadas através do seguinte endereço: siacot@centrodaterra.org

quarta-feira, setembro 28, 2005

Requiem pela "Quinta do Paço da Serrana" V. Há 20 anos era assim...


A pequena capela de "Nossa Senhora dos Remédios", junto do monumental pinheiro manso. Um espaço de contemplação, sobre o rio Douro (ainda perceptível na foto) e que os bancos de granito sob a frondosa copa dessa árvore secular faziam ressalvar. Aquele que era, sem dúvida, um dos mais belos locais da "Quinta do Paço da Serrana", é agora apenas uma saudade, graças ao poder destrutivo do fogo e à incúria dos homens...

terça-feira, setembro 27, 2005

Outra nova reciprocidade

Registamos hoje a entrada de mais um blogue na nossa "comunidade". Trata-se, desta feita, do interessante co2laser, cuja temática se desenvolve em torno do ambiente e do desenvolvimento sustentável. Pediram-nos para transcrever o texto "Ecologia e construção...", do Professor Doutor Jacinto Rodrigues, ao que acedemos, porque essa é, precisamente, a ideia da publicação destes textos. Aqui fica o registo e também o nosso obrigado.

sexta-feira, setembro 23, 2005

O "Pigarço"


"Na foto vemos Francisco Xis, de alcunha "Pigarço", um dos antigos "marinheiros" dos barcos rabelos do Rio Douro, infelizmente já partido do número dos vivos e por isso mais uma saudade". (Foto e texto do Prof. M. Cerveira Pinto)

Sobre a arquitectura do rabelo aconselhamos este artigo (com a devida vénia ao "A cidade surpreendente"). E também esta foto. Reconhecem o local?

terça-feira, setembro 20, 2005

"Caminho da Arribada" por Yasuyuki Ise


(photo . cerveira pinto . copyright 2005)

Como forma de assinalar o lançamento do "II Encontro Internacional de Ceramistas em Boassas", a realizar em Abril de 2006, aqui fica a foto de mais uma placa toponímica realizada aquando da edição do ano passado.

“Guerrilha verde” nas cidades


Liz Christy, em 1973, juntamente com activistas ecológicos, criou a primeira horta comunitária, num terreno abandonado de Manhattan.
Mais tarde, este terreno cultivado viria a ser destruído e transformado num parque de estacionamento, pela Câmara Municipal.
Não se dando por vencido, este grupo ecológico realizou uma segunda tentativa com a criação de um jardim comunitário. Foi esta experiência na zona de Houston, também em Nova Iorque, que se tornou na experiência exemplar que veio a revelar-se num movimento denominado “guerrilha verde”.
Pouco a pouco, graças ao apoio crescente da opinião pública e também a mudanças no seio de algumas instâncias municipais, foram surgindo avanços mais positivos. As atitudes repressivas foram dando lugar a contratos de arrendamento e nalguns casos à criação de Associações de interesse público ligadas a actividades como a agricultura ecológica urbana.
Os exemplos acabaram por se multiplicar e, nos anos 80, o movimento das “Green Guerrillas” contava mais de 700 jardins legalizados e largas centenas de participantes organizavam uma nova militância de acção directa ecológica.
Nos anos 90 a “Green Guerilla” tornava-se num movimento legalizado e expandia-se. Organizou uma escola com cursos de sensibilização ambiental. E os vários jardins constituíram-se em novas alternativas de práticas sociais: surgiram então jardins mais vocacionados para a horticultura e pomares, outros ainda mais orientados para a prática pedagógica com crianças e outros com características de integração de excluídos.
De uma forma geral, estes novos espaços verdes públicos ou municipais vieram a ser animados numa perspectiva global onde através de múltiplas vertentes - terapêutica, lúdica, pedagógica e de sustentabilidade – se procurava a autonomia e a consolidação de uma estratégia virada para um novo paradigma da cidadania na busca de eco-cidades.
Já referimos neste jornal algumas práticas que vão nesse sentido da acção directa ecológica. Na Alemanha, Joseph Beuys, fundador do movimento dos verdes, procurou plantar 7 mil carvalhos na baixa da cidade de Kassel. Em Itália, a experiência com jardineiros e camponeses que ele tentou animar, constituiu uma rara e subtil ligação de sensibilidade artística com a actividade agrícola.
Estas acções inspiraram múltiplas experiências que ainda hoje se desenvolvem em várias cidades.
Em França são várias as experiências, nomeadamente em torno da Escola Nacional Superior da Paisagem, que introduz concepções novas para espaços verdes e a formação no domínio da agricultura ecológica urbana.
Embora tomando como referência os antigos jardins operários e jardins comunitários do final do séc. XIX e princípios do séc. XX, a prática ecológica agora defendida, não se constitui como uma forma de resistência em torno da subsistência mas situa-se muito mais numa preocupação em torno de uma alimentação de qualidade pela agricultura ecológica, uma nova forma solidária e terapêutica, de cooperação e não exclusão e também uma vontade de aprender uma prática social e pedagógica apontando para a conquista de novos espaços públicos na cidade que se deseja progressivamente transformar em eco-sistema baseado no desenvolvimento ecologicamente sustentado e cada vez mais gerido por redes organizativas da sociedade civil. Todos estes movimentos têm contribuído para retirar dos centros das cidades a presença de automóveis poluentes, tornando-se assim uma forma integrada de defender simultaneamente transportes públicos não poluentes para não afectar a actividade de agricultura ecológica.
Esta nova prática social de vida constitui uma ruptura com a antiga militância. É uma via de intervenção cívica pela defesa dos espaços públicos.
Trata-se de ligar a transformação social com o auto-desenvolvimento. Agir civicamente de modo a implicar-se com a vida. Fazer regenerar a natureza e impedir a pulsão suicidária. Inverter a solidão e a falta de estima. Cooperar e não excluir. Cuidar e curar em vez de destruir as pessoas e o planeta.

Jacinto Rodrigues
(professor catedrático da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto)
Artigo publicado no Jornal "A Página" de Outubro de 2003

domingo, setembro 18, 2005

Workshop com Arcadio Blasco

"Aspectos Técnicos e Plásticos da Cerâmica Mural"
O Cencal vai realizar novamente na 2ª quinzena de Outubro de 2005 um Workshop sobre Aspectos Técnicos e Plásticos da Cerâmica Mural (Cód.: 543MD011.05) com o escultor e pintor espanhol Arcadio Blasco (que esteve em Boassas no ano passado, aquando do "I Encontro Internacional de Ceramistas em Boassas"). Esta será mais uma oportunidade para muitos ceramistas poderem contactar com um dos mais reputados especialistas internacionais nesta temática. Para informação mais detalhada e inscrições, os interessados poderão consultar a divulgação desta acção de formação no site do Cencal - http://www.cencal.pt.

Divulgação cultural...

O cantor/fadista cinfanense António Laranjeira irá interpretar obras de sua autoria e de José Afonso; Amália Rodrigues; Alexandra; Manuel de Almeida; Rão Kyao; etc., na FNAC de Sta. Catarina, no Porto, às 17.00 h do próximo dia 25 de Setembro.

segunda-feira, setembro 12, 2005

As torres de Setúbal e a implosão de Portugal.

Já aqui havíamos referido quem têm sido os principais responsáveis pela destruição do país nos últimos tempos. A ver no editorial do "Diário de Notícias" de Sábado (9 de setembro), via Sargaçal.

quinta-feira, setembro 08, 2005

Requiem pela "Quinta do Paço da Serrana" II. Há 20 anos era assim...


Vendo esta imagem é possível constatar o que se perdeu e se destruiu em 20 anos. É uma calamidade que se abate sobre a região (e sobre o país) e que há que parar, enquanto é tempo (se é que ainda é tempo)...

quarta-feira, setembro 07, 2005

Turismo em Boassas em alta


A Casa do Lódão, (até agora) única casa de turismo a operar em Boassas começa a ter repercussão nacional e internacional. Num ano em que o turismo no Douro irá bater um novo recorde de turistas (cerca de 200 mil, segundo informação colhida no JN de 25/08 do corrente), esta unidade turística recebeu já turistas de vários pontos do país, de Espanha e da Alemanha.

À memória de Fernando Távora (1923-2005)

"Fernando Távora. O reinventor da arquitectura moderna. O decano da arquitectura portuguesa, que trouxe os valores locais e a história para a arquitectura moderna, morreu ontem (Sábado, dia 3), aos 83 anos. Considerado o grande mestre da Escola do Porto, é responsável pelo acerto da arquitectura portuguesa com as vanguardas internacionais" (in, Público, 4/9/2005). A sua obra continua a ser notícia mesmo após a sua morte, pelos piores motivos, é certo. Via Dias Com Árvores, "Pinheiros mansos no alto da avenida".

segunda-feira, setembro 05, 2005

Requiem pela "Quinta do Paço da Serrana"


(photo arq . Renato Brito . all wrights reserved)

Soubemos que, durante este fim de semana, ardeu parte da "Quinta do Paço da Serrana", a fantástica propriedade da família do célebre africanista Serpa Pinto e que é (ou era) parte do mais notável património (cultural; turístico; paisagístico; ambiental; arquitectónico; etc.) da região de Boassas e do concelho de Cinfães. Há anos, aquando da sua aquisição pela câmara municipal, (para fazer uma série de estruturas culturais e turísticas - Casa-Museu Serpa Pinto; estalagem; turismo rural; etc...) os "letrados" de então, que não concordavam, disseram que aquilo só servia para "fazer filmes de terror" (sic). Porfiaram... Ascenderam ao poder e, aí está, após anos de abandono criminoso e incúria... conseguiram! Um grande filme de terror, a preto e branco, com mistura de humor negro... e um intenso cheiro a queimado! Não estamos apenas tristes e chocados. Estamos indignados e revoltados! Quem nos salva da barbárie?...

domingo, setembro 04, 2005

Ainda (e sempre) o I Encontro Internacional de Ceramistas em Boassas


Aproveitamos, mais uma vez, para falar do I Encontro Internacional de Ceramistas em Boassas, a propósito da recente visita à aldeia de mais um dos seus participantes (após a visita de Rafael Pérez, em Julho passado). Desta feita tratou-se de Juan Ortí Garcia e da sua companheira Miriam, também ela espanhola e ceramista de créditos firmados. Estiveram cerca de uma semana hospedados na Casa do Cerrado (aliás tal como o haviam feito já no ano passado). Para além de algumas experiências cerâmicas, devido ao trabalho da Sofia, houve ainda tempo para passeios pela aldeia e ao rio Bestança. Prometeram voltar em Abril para o próximo encontro. Oxalá que sim. O Encontro do ano passado continua, assim, a ter repercussão e a levar longe o nome de Boassas. A foto ilustra um momento da exposição, realizada com os trabalhos executados durante o "encontro" e que então esteve patente no Museu Nacional de Cerâmica González Martí, em Valencia, Espanha e que ao fim de um mês havia já recebido 25.000 visitantes! Por contraste, sabemos que há tempos, uma ceramista de Coimbra, que teve conhecimento do evento, telefonou para a Câmara de Cinfães sem que ninguém lhe tenha prestado qualquer esclarecimento sobre o mesmo. Que não sabiam de nada... Elucidativo! Registamos também, para acentuar ainda mais o contraste, as palavras da Sra. Arq.ª Vera Almeida, numa mensagem de correio electrónico que recebemos recentemente, que dizia o seguinte: "Esqueci-me no e-mail anterior de desejar os Parabéns à Sofia e espero que a exposição do seu trabalho, na Bienal de Cerveira, corra pelo melhor e possa dar os merecidos frutos. A Cerâmica é também uma área que me atrai bastante. Não sei se já tive a oportunidade de dizer, mas achei mesmo muito interessante e importante o Encontro de Ceramistas em Boassas, são iniciativas como esta que fazem a diferença neste pequeno país tão pobre de espirito (desculpe o termo), mas é o que penso. Desejo à Sofia também os maiores sucessos! Assim que tiver a oportunidade enviar-lhe-ei um e-mail a Felicitá-la."